quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Definitivo....
Vou publicar hoje, um texto de Carlos Drumond de Andrade, maravilhoso, lindo e que como sempre podemos tirar algo para o nosso dia-a-dia, decidi publica-lo por que é exatamente o que eu e uma "amiga" conversamos ontem. Mas gostaria que pensassem e refletissem e veja o que estão fazendo na vida, eu por exemplo escrevo, leio algumas vezes dou conselhos (o que não gosto), mas quando chega a minha vez, como a maioria sabe não faço igual, ai meus amigos perguntam cade aquela Andréia que quando eu estava assim disse-me coisas lindas???? Hehehehe...Vou mudar, pode deixar, a cada dia que passa estou fazendo isso.
Definitivo....
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
Carlos Drumond de Andrade
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2 comentários:
Oiii
É... a felicidade está nessas pequenas coisas que acabamos não dando a devida importância, logo vem o arrependimento e só aí percebemos que o tempo não volta mais e que não vivemos absolutamente nada!!!
Que bom que ainda somos jovens e podemos tentar consertar isso em nossas vidas!!!
Bjus
Jan
Profundo, mas as vezes também se sentido menos culpados pelas escolhas que fizemos durante a vida...
Fique com Deus, menina Déia Tariga.
Um abraço.
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